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Agência de Projetos: Da concepção à avaliação de benefícios
Agência de Projetosda concepção e viabilização à avaliação de resultados, benefícios e valor

Você ainda se lembra do Pré Sal?

Deborah Dias

Fontes: Envolverde: http://goo.gl/6ALYQp e Revista VEJA: http://goo.gl/b4xtxJ

Na verdade, você algum dia soube o que realmente é o Pré Sal? Sabe me dizer sobre os benefícios e o malefícios desse ouro em forma de petróleo e gás descoberto no mar do Brasil? Caso sua resposta seja sim – ótimo! Mas se assim como eu, não sabia que o “buraco é mais embaixo” convido você a ler nosso novo texto.

Apesar da vasta extensão, não vou muito longe, vou falar do Pré Sal aqui em meu estado, o Espírito Santo. Mais antes disto, você ainda se lembra o que é?

 

Imagem: Algo Sobre Vestibular

Imagem: Algo Sobre Vestibular

 

  1. O que é o pré-sal e onde ele está situado?

É uma porção do subsolo que se encontra sob uma camada de sal situada alguns quilômetros abaixo do leito do mar. Acredita-se que a camada do pré-sal, formada há 150 milhões de anos, possui grandes reservatórios de óleo leve (de melhor qualidade e que produz petróleo mais fino). De acordo com os resultados obtidos através de perfurações de poços, as rochas do pré-sal se estendem por 800 quilômetros do litoral brasileiro, desde Santa Catarina até o Espírito Santo, e chegam a atingir até 200 quilômetros de largura. Mais perguntas e respostas você poderá encontrar acessando o site: http://goo.gl/0e5uAA

De norte a sul, o Espírito Santo vem passando por um processo de transformação e de mudança de territorialidade intensificado a partir da descoberta do petróleo e gás na camada do pré-sal, anunciada há menos de 10 anos, em 2006. Estado pequeno em relação a outras unidades da federação, é no seu litoral que se concentra a sua maior área – são 411 quilômetros de comprimento na costa e cerca de 200 quilômetros de largura em direção ao interior.

Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), a demanda de investimentos para o pré-sal deverá superar 400 bilhões de dólares em materiais, sistemas, equipamentos e serviços até 2020. O impacto produzido pelos empreendimentos, porém, afeta de forma diferente a costa capixaba, menos explorada do que a dos outros estados, e com uma extensa área ocupada por indígenas, pescadores e quilombolas, como explica o pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Populações Pesqueiras e Desenvolvimento no Espírito Santo, da UFES, João Paulo Lizoton.

“Com a descoberta do ouro e pedras preciosas no estado de Minas Gerais no século 17, até o século 18, criou-se o que chamaram de barreira verde no Espírito Santo, proibindo o estado de abrir caminhos entre Espírito Santo e Minas. Então, principalmente o norte do Espírito Santo é de colonização muito recente que se intensificou apenas a partir dos anos 1950”, diz Lizoton. Ali existem muitas comunidades tradicionais – de indígenas, pescadores, remanescentes de quilombos. “Em São Mateus havia um porto que comercializava negros e muitos fugiam para a mata viver em quilombos. Ainda hoje existem comunidades remanescentes destes quilombos”, destaca o pesquisador.

O relatório complementar reconhece o turismo e a pesca artesanal como principais atividades econômicas de Anchieta. “A pesca marinha é dominada pela atuação da frota artesanal e pela utilização de artefatos de linha, como o espinhel e alguns tipos de rede de emalhe e de arrasto. As pescas de espinhel de fundo são geralmente utilizadas para a captura de espécies que vivem associadas ao fundo marinho. Entre as espécies mais capturadas destacam-se: peroá, olho-de-boi, pampo, dourado, tainha atum, lagosta, camarão, pescadinha, corvina, cherne, garoupa, enchova, robalo, baiacu e cação”.

Para os pescadores, o “progresso” trazido pela exploração do pré-sal trouxe apenas sofrimento. “Ubu era para ter rua de prata com tanto petróleo e gás. Mas o que temos? A lagoa tá contaminada, o sururu morreu, marisqueiras sem trabalho, quase não temos mais tartarugas, diminuição de peixe e nosso território de pesca cada vez mais reduzido. O que temos é empreendimento atrás de empreendimento e impacto sobre impacto”, lamenta.

A Petrobras, através de sua assessoria de imprensa, sustenta que “como os reservatórios do pré-sal no Espírito Santo se concentram no chamado Parque das Baleias e a cerca de 80 km da costa e não houve instalação de novos empreendimentos em terra para atendimento dessa produção, não há que se falar em impactos específicos da produção do pré-sal no estado”.

Para quê mesmo?

A prerrogativa do desenvolvimento permeia todos os relatórios de impacto ambiental analisados pela reportagem. “Cria-se as chamadas zonas de sacrifício, regiões onde tudo deve ser tolerado em nome do progresso e do desenvolvimento nacional”, avalia a professora Cristiana Losekann. “Pelo que temos pesquisado, o desenvolvimento baseado em recursos naturais, com impacto direto em comunidades tradicionais, vem gerando conflitos enormes nos territórios e não temos dúvida de que vão aumentar na mesma proporção que estes projetos vêm se multiplicando. Observamos isso em toda a América Latina”, afirma a professora da UFES.

Os capixabas continuam sem informações oficiais transparentes sobre quais os empreendimentos que serão de fato implantados – e em que locais – o estágio das obras em execução e, principalmente, sobre os impactos ambientais e sociais dos projetos. “As empresas chegam silenciosamente nos territórios dois, três anos antes de começar um empreendimento para prospecção de áreas. Neste momento começam os impactos”, afirma a professora de pós-graduação em Ciências Sociais, da UFES, Cristiana Losekann.

Os habitantes não estão satisfeitos com a chegada do Pré-Sal e possuem suas razões, leia o texto na íntegra e deixe sua opinião sobre o caso. Acreditamos que o progresso é necessário mais quando homem e natureza entram em comum acordo. Leia mais: http://goo.gl/6ALYQp

E você, o que pensa sobre este assunto?

Encerramos nosso texto trazendo um ótimo artigo! Mesmo que tendo sido escrito em 2010, parece-nos que nada mudou, aliás, os malefícios estão superando os benefícios nessa exploração do pré-sal, e isto não é bom para a nossa geração e as próximas que estão chegando ai, concordam? Será que o problema seria de má gestão? Queremos muito saber sua opinião.

Leia texto do Professor Ildo Sauer: Pré-sal Brasileiro: Uma Nova Independência? http://goo.gl/VRMD9L

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