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Agência de Projetos: Da concepção à avaliação de benefícios
Agência de Projetosda concepção e viabilização à avaliação de resultados, benefícios e valor

frente a frente com Rosalina

FFR6

No “frente a frente com Rosalina” desta semana temos duas grandes profissionais, nossas queridas Juliana Prado e Raquel Ximenes.

Amigas, agradeço desde já a sua presença e a sua participação respondendo as nossas perguntas, revelando o seu potencial e colaborando para formação da consciência profissional das pessoas que pensam em seguir esta carreira.

 

jp

JULIANA PRADO  (Diretora de Gestão do DER-ES, PMP) – Engenheira de Produção Civil e MBA em Gerenciamento de Projetos. Atua na implantação de Gestão Estratégica de governos, em especial na implantação de PMOs no Governo do ES, Prefeitura de Aracruz e DER-ES onde atualmente está Diretora de Gestão. É Coach e Instrutora de Liderança de Alta Performance da Escola para Executivos Master Mind Brasil.

 

Raquel Ximenes 01-2

RAQUEL XIMENES  Bacharel em Informática, MBA em Gestão Empresarial Ibmec/Bovespa, PMP.

Dedica-se há mais de 10 anos à gestão de programas, portfólios e projetos. Atuou na implantação de escritório de projetos e na condução de programas e projetos nacionais e internacionais de desenvolvimento de software, aquisição e implantação de ativos de infraestrutura, construção de hardware e sistemas embarcados, análise de processos, estruturação de fábrica de software e de escritório de projetos, definição de metodologias de desenvolvimento e de gerenciamento de projetos.

No Banco do Nordeste do Brasil, atuou na assessoria da Superintendência de TI, como gerente de projetos estratégicos e na gerência executiva, de Sistemas de Serviços e Produtos Bancários. Atualmente, na equipe de Gestão do Planejamento Estratégico, coordena as atividades de implantação do Escritório de Projetos Corporativo e implantação de módulos SAP de Planejamento Empresarial (Planejamento Estratégico e Operacional, Gestão de Portfólio e Gestão de Projetos).

Voluntária atuante no PMI, é presidente do PMI-CE e atual Coordenadora da Integração Nacional dos Capítulos do PMI no Brasil.

 

Vamos a isto?!

jp

1- Juliana, hoje você está Diretora de Gestão do DER-ES e atua fortemente na consolidação do PMO. Como tem sido a experiência de organizar os projetos num órgão público de tamanha visibilidade política?

Trabalhar para o Governo foi uma decisão muito difícil que tomei em 2006. Foi um momento que entendi o quanto era importante ter um propósito como profissional conciliado com o papel de cidadã. Nesses quase 10 anos, não me arrependi nenhum dia, claro que um momento estive na iniciativa privada aproveitando uma oportunidade que considerei muito importante para minha carreira, mas assim que finalizada, retornei.

Desde o início da minha vida profissional, quis estar na ponta, gerenciando projetos bem mão na massa mesmo. Hoje posso dizer que estou bem próxima a isso. O DER-ES tem uma equipe técnica forte, experiente, e também tem uma garotada cheia de energia. A diretoria atual é muito ágil, decide em conjunto, está aprendendo a respeitar métodos e procedimentos, então o ambiente está muito propício ao aumento da maturidade no gerenciamento dos projetos e a modernização gerencial do órgão como um todo. Precisávamos de um bom alinhamento, e estamos investindo nisso fortemente nesse ano.

As rodovias realmente tem um peso importante na vida do cidadão, e o bom desempenho do nosso trabalho gera uma grande satisfação para eles, então estamos todos focados em aumentar nossa assertividade a gestão dos empreendimentos. Isso quer dizer que estamos melhorando significativamente nossa forma de planejar e monitorar a execução dos empreendimentos. Para isso, toda a organização está mudando profundamente, organograma, líderes, normas internas e inclusive a atuação das empresas de apoio. Nós entendemos nosso papel no Estado, queremos executá-lo com a melhor técnica que a boa engenharia pode oferecer e  com uma proximidade à população nunca antes vista.

 

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1- Raquel você é uma liderança reconhecida do PMI Nacional. Está à frente do PMI-CE e do programa de integração entre os capítulos do Brasil. Além disso, sei que você foi selecionada para compor o Programa Master Class do Leadership Institute do PMI internacional. Conte-nos um pouco sobre essa trajetória e sua dedicação voluntária à missão do PMI.

Nossa…vou tentar resumir (risos)! Eu já atuava como gerente de projetos há alguns anos e em 2015 resolvi tirar a certificação PMP. Este foi o ponto de partida para meu envolvimento com o PMI. Desde então atuei como voluntária do capítulo, em 2008 fui eleita Diretora de Educação e Certificação e em 2014, assumi a presidência. A Integração Nacional (IN) dos capítulos brasileiros é composta pelos 15 capítulos com foco no intercâmbio de conhecimentos. Ah, Rosalina, e vou acrescentar um fato que você vai adorar….na integração nacional coordeno um grupo de 14 homens (risos). Sobre o Master Class tive o prazer de ser selecionada para estar com 35 colegas de 18 países durante um ano aprimorando as habilidades de liderança.

Sobre toda esta trajetória, posso dizer que PMI me ajudou na maturidade profissional, no networking, em oportunidades e novos amigos. Acredito que slogan do PMI resume todos estes anos de trabalho voluntariado: “Coisas boas acontecem quando você se envolve com PMI”.

 

jp 2- Mas eu sei que você também curte aplicar o gerenciamento de projetos na sua própria vida, e que usou isso quando se preparou para fazer o “Caminho de Anchieta”. Como é essa coisa de trazer para a vida o que se faz no trabalho?

Risos. Meus amigos dizem que eu gerenciei até minha data de nascimento, para ser 07/07! Realmente eu uso, uso muito. Usei técnicas no projeto do meu casamento, para fazer trilha, para estudar inglês, para acompanhar (esse já virou operações) e claro, para os Passos de Anchieta, que é uma caminhada tradicional aqui no ES, com 100km de percurso em 4 dias. É lindo, muito fortalecedor, recomendo.  

Eu sempre acreditei, Rosalina, que mesmo tendo vários papéis na vida, cada um é apenas um, ou seja, a pessoa que eu sou no trabalho, normalmente é a mesma que sou em casa, no volante, na equipe, etc, para mim, sempre foi uma questão de coerência, equilíbrio, ecologia.  

Eu me dou bem com essa coisa de organizar e sou muito feliz por ser remunerada por isso, então meu trabalho voluntário é gerenciar meus próprios projetos e todos que estou envolvida, os do meu Pai por exemplo, com amigos, com marido, risos. Vejo o resultado, as coisas andam, as pessoas ficam felizes, eu me divirto, conseguimos um bem comum. Mas uma postura muda muito em relação ao ambiente, o nível de rigor. No trabalho, preciso ser mais rigorosa com métodos, na vida pessoal podemos afrouxar um pouquinho, mas só um pouquinho! Risos.

 

Raquel Ximenes 01-2

2- Mas eu sei também que você tem a sua carreira no mundo corporativo e que, neste momento, está na equipe do Planejamento Estratégico liderando a implantação do PMO Corporativo do BNB (Banco do Nordeste). A importância desse projeto é compatível com a importância do BNB, como um banco de fomento referência no cenário do nacional. Como tem sido “segurar a onda” desse desafio?  

Todo desafio que assumo no BNB remete ao orgulho de ser funcionária de uma instituição que há 63 anos tem a nobre missão de atuar na promoção do desenvolvimento regional sustentável da região nordeste. O BNB exerce trabalho de atração de investimentos, apoia a realização de estudos e pesquisas com recursos não reembolsáveis e estrutura o desenvolvimento por meio de projetos de grande impacto.

Para alcançar os resultados esperados pela sociedade e pelo Governo Federal é realizado um consistente trabalho de planejamento estratégico (BSC e cadeia de valor) com a verticalização em plano de ações. O nosso objetivo com a formalização de um escritório de projetos corporativo é acompanhar e monitorar o portfólio dos projetos estratégicos, para garantir que os projetos estão sendo executados alinhados às estratégias. Um outro papel importante é atuarmos como promotor da disseminação da cultura de gestão de projetos em toda a instituição. Como dizemos internamente: “é um trabalho de formiguinha”, a cada dia temos uma batalha e uma conquista, mas é isso que motiva não é? (risos)

 

jp

3- Ah! eu sei também que você tem uma formação profunda em questões comportamentais do trabalho e que joga xadrez, toca piano e foi vocalista de uma banda de rock. Essas atividades alternativas, supostamente fora do foco, te ajudam, de algum modo, a desempenhar melhor o seu papel como Gerente de Projetos?

Adorei essa pergunta. Ajuda muito. A música faz parte de mim e mantém minha criatividade alta, permite melhorar a sensibilidade, relaxar, me faz feliz e mantém a cabeça funcionando, aprendendo coisas boas. O xadrez dá apoio ao lado racional, concentração, raciocínio lógico, essas coisas de gente de exatas. Lidar com muitas tarefas simultâneas requer habilidades especiais. risos.  

Agora, isso tudo não seria suficiente se não tivesse um prazer grande de estar com pessoas. Vejo gestores broncos, estressados e doentes por não saberem lidar com os problemas existentes em sua equipe, com as própria emoções, e vejo também que a maioria dos problemas são gerados pelo próprio gestor. Gerir pessoas é uma arte, entender cada dilema, como motivar individualmente, como ajustar os comportamentos indesejados, gerir uma equipe é como reger uma orquestra, tem dias que temos que tocar um rock mais pesado, tem dias que podemos tocar uma bossa nova, mas não podemos deixar de reger em momento nenhum. Isso exige muito do gestor, independente do nível em que está na organização.

Mas é engraçado que esse caminho não me parecia muito natural há 8 anos quando iniciei meus estudos de comportamento. Eu também dizia que engenheiro é assim mesmo, corta reto e por isso eu mesma tive sérios conflitos com pessoas muito importantes para mim. Um dia eu pensei, não é possível que só tem esse jeito, e comecei a buscar o autoconhecimento, depois liderança de alta performance, formação em coach e a receber coach inclusive. Quem está mais próximo de mim, no particular e no trabalho, percebeu o meu crescimento como pessoa, como líder.

É muito importante cada um perceber o líder que há em si, e entender que existem competências a serem desenvolvidas para potencializar essa liderança nata, para que ela seja aplicável em qualquer situação. É muito triste ouvir: “Fulano é um trator para trabalhar, mas é rude como um cavalo.” Autoconhecimento é fundamental para sair dessa, e treinamento ajuda a despertar novas habilidades para gerir uma equipe, e fazer dela uma ótima equipe.

 

Raquel Ximenes 01-2

3- Por fim, complementando a sua jornada diária de atividades voluntárias e corporativas, todos sabemos que você é mãe e descobrimos que pratica muay thai e pole dance, e ainda complementa o dia com atividades lúdicas e familiares. Uma heroína! Como você consegue manter todos esses pratinhos girando? Qual a importância disso para você? Como você gerencia o seu tempo?

Adorei a pergunta!! Quem me acompanha pelas redes sociais tem a impressão que meu mundo se resume ao PMI e BNB, pois estas são as partes da minha vida que exponho. Contudo, lanço uma reflexão: é possível ser uma profissional reconhecida sem ter pilares rígidos que sustentem todo o stress e responsabilidade que o mundo corporativo exige? Minha família é uma dádiva, os esportes são válvulas de escape, a religião é meu alento e meus amigos são meu grande apoio…sem estes pilares, seria impossível sustentar uma vida plena. Em relação a gerenciar o tempo, acredito que depende dos objetivos que se almeja. O foco prático nos objetivos sem esquecer os pilares é a chave para manter todos estes pratinhos girando (risos).

Vocês foram especiais meninas!!

“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita.”

Mahatma Gandhi

Nos vemos no próximo “frente a frente com Rosalina”

😉

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