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Agência de Projetos: Da concepção à avaliação de benefícios
Agência de Projetosda concepção e viabilização à avaliação de resultados, benefícios e valor

O Caminho do Sol – Aventura sob uma bike

Postado em: 02/10/2008 – em: Blog do Soler

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No último feriado do Dia do Trabalho eu, meu filho Diego e meu amigo Marco Mezzena, nos lançamos num projeto de cumprir os 250 Km de trilhas do Caminho do Sol – Caminho de Santiago de Compostela no Brasil , de bicicleta, durante 3 dias e meio.

Confesso que usei do meu mais alto grau de precisão no planejamento do projeto. Levantamos informações de quem já havia feito a trilha, conversamos com grande especialista do “pedal”, enfim, tudo conforme manda o figurino, inclusive preparei uma análise de riscos detalhada, através da qual, foram tomadas ações preventivas e de mitigação para a maior parte dos riscos identificados.

Elaborei um Plano de Projeto minucioso, uma lista de equipamentos, víveres e preparação física/psicológica que nos apoiariam durante a jornada. Partimos, super empolgados, de Santana do Parnaíba (Pousada 1808) as 6:30hs do dia 01/Maio. Fazia frio, mas não chovia. O equipamento estava perfeito, o preparo físico adequado.

Tudo OK! Daí em diante, desde o início, começaram as dificuldades não planejadas. Chuva torrencial durante todos os dias ininterruptamente, lama acima da conta a ponto de impossibilitar a byke de andar na trilha e emperrar o mecanismo de troca de marchas, sapatinhas de freio que se desgastaram acima de qualquer previsão por conta da adstringência da lama e da roda, pneus que furaram acima da quantidade planejada de câmaras de ar sobressalentes, pontes caídas, cansaço e dores lombares acima do planejado – essa última dificuldade, provavelmente por conta da jornada (em um dos dias) de 13,5 horas pedalando no meio de trilhas, inclusive no escuro intenso das ruas de um canavial, sem luz nas bykes ou nos capacetes (afinal, não nos planejamos para pedalar a noite!).

Tudo foi dando errado, roupas molhadas no corpo e dentro das mochilas (supostamente impermeáveis), frio intenso, equipamento de localização danificados pela chuva, Bykes que iam se deteriorando e quebrando com o excesso de pressão sobre elas. Sem contar o aspecto físico e psicológico. O que minha esposa diria se algo acontecesse com meu filho?

Apesar de tudo isso nossa vontade de chegar era enorme. Nos superamos a cada dificuldade. Passamos por cima do plano e resolvemos chegar a qualquer custo. O senso de comprometimento e de integração da equipe funcionou milagrosamente. Quando um parecia que ia desistir, havia o outro para ajudar. Perceveramos e conseguimos chegar. Em que estado? Detonados! O câmbio da byke do meu filho foi largado no caminho, após quebrar em pedaços. A corente foi ajustada para a marcha mais leve. Pelo menos ele pode pedalar nas subidas. Já nas retas e descidas, ele tinha que ser empurrado pelas costas.

Faltava menos de 3 KM e a garupeira da byke do Marco quebrou de vez. A mochila foi para as costas. Ainda bem que estávamos no fim. Ele não teria condições de andar muito tempo com uma mochila pesada (molhada) nas costas por muito tempo. Isso me lembra uma frase que li num livro: “Pain is temporary. Proud is forever”.

Nós chegamos e esquecemos a dor. Restou a vitória! De tudo ficou a pergunta: O que nos fez chegar ? Ou melhor, será que o plano nos fez chegar ? Ou a nossa vontade e senso de superação nos fez chegar ? Será que devo investir mais na elaboração de um plano de projeto super detalhado ou cuidar para que os integrantes da equipe estejam comprometidos com o resultado? O que é mais importante/ Quão importante?

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1 COMMENT
  1. Diego Pavan Soler 15 anos ago

    Posso responder sua pergunta pai…Não foi o plano que nos levou ate o fim e sim a vontade de sermos vitoriosos, de chegar e não terminar a história no meio e sim no final…
    Abraços Pai

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