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Agência de Projetos: Da concepção à avaliação de benefícios
Agência de Projetosda concepção e viabilização à avaliação de resultados, benefícios e valor

frente a frente com Rosalina

FFR2

 

É com imenso prazer que hoje  o “frente a frente com Rosalina recebe Margareth Carneiro e Marília Balbé.
Duas profissionais exemplares que demonstram o mesmo amor pela profissão. Agradecemos desde já a participação de vocês leitores que nos seguem. 

Conheçam nossas duas entrevistadas desta semana.

margareth carneiro MARGARETH CARNEIRO PMP, MBA, palestrante e consultora nacional e internacional na área de Project Manager. Ela também é voluntária no PMI desde 1999, e possui vários anos de experiência em gestão de programas e projetos, especialmente na área de TI e as áreas de governo. Durante os últimos 10 anos, através de sua empresa a PMA está ajudando as empresas a implementar processos, práticas, metodologias e ferramentas (incluindo SW) para gerir a sua carteira de programas e projetos. Alem disso é autora de diversos livros na área de gerenciamento de projeto, é Presidente-fundadora do PMI (seção regional do Project Management Institute) do Distrito Federal.  Toda esta dedicação lhe valeu o premio “PMI GovSIG Member of the Year” em 2003, e “PMI Distinguished Contribution Award” em 2004, além do Premio Leadership of the Year Award, em 2007. Atualmente atuo na Auditoria Interna  do  INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais e sou Diretora do Conselho do PMI Internacional (PMI Board of Directors) e professora de disciplinas de MBA de Gestão de Projetos no Ibmec e FGV.

 

Marília Balbé MARÍLIA BALBÉ  Bacharel em Sistemas de Informação. Especialista em Análise e desenvolvimento de sistemas CSM – Certified Scrum MasterMCTS – Microsoft Project

 

 

 

Vamos a isto?!

margareth carneiro

1- Você é considerada uma das 25 Gerentes de Projetos mais influentes do mundo. O que te fez buscar essa carreira? Ou, a carreira é que correu atrás de você?

O Gerenciamento de Projetos aconteceu naturalmente na minha vida. Me formei em Processamento de Dados (Ciência da Computação) e o que mais gostei no curso foi desenvolvimento de sistemas. Quando me formei, nunca trabalhei como Programadora, já comecei como Analista de Sistemas e com isso liderava equipes de desenvolvimento para o desenvolvimento dos sistemas. Depois de anos de trabalho fui para a Unisys, multinacional, e lá passei a ser Consultora e depois Gerente de Projetos. Fui também Gerente de Programas, com responsabilidades de gestão de programas governamentais. Eu tinha os cargos na carteira de trabalho e no contracheque, já nos anos 90. Quando sai de lá, em 2002, já atuei como Consultora em programas e projetos e desde então atuo nesta área. Há dois anos atuo como Auditora, mas continuo a utilizar os meus conhecimentos em projetos, agora para auditar projetos dos outros. Posso dizer que a carreira me apareceu, naturalmente, mas eu corri atrás de me qualificar: fiz um MBA de Projetos em 1998, em 1999 me certifiquei PMP e fiz mestrado em 2008 com pesquisa na área de projetos. Espero concluir o meu doutorado de administração com a tese também na área de Gerenciamento de Projetos (em sentido amplo: Portfolio, Programas, Projetos).

A nomeação como uma mulher influente em Gerenciamento de Projetos foi devido ao meu trabalho também como voluntária no PMI e como evangelizadora na área de projetos. Já dediquei muito tempo em ajudar pessoas e organizações em melhorar práticas de gestão, não só no Brasil, como também em países na América Latina e outros países. Costumava dizer que gostava de atuar como pontes, unindo informação para quem precisava e unindo pessoas para se ajudarem na troca de experiências e práticas. Tenho muito orgulho, pois foi uma indicação livre, espontânea, baseada em dedicação contínua na área e me pegou de surpresa à época. Não há como não ficar feliz!

Marília Balbé

1- Você é uma das mais jovens Gerentes de Projetos que conheço. Para você, Tecnologia da Informação e Gerenciamento de Projeto fazem uma união perfeita? O mercado está de braços abertos para aceitar jovens das novas gerações, assim como você?

Sobre ser mais nova e gerenciar projetos, só para vocês entenderem, eu caí de para quedas na área de Gerenciamento de Projetos. Foi uma mistura de oportunidade que apareceu na hora certa e também um pouco de sorte pois eu queria muito liderar equipes e estava preparada para novos desafios. Eu sou da área de tecnologia da informação, né? Então eu acho que TI e GP fazem uma boa união. Mas está longe de ser perfeita. Temos muitos problemas em projetos em TI no Brasil, principalmente na etapa de planejamento. Em todos os lugares que passo vejo pelo isso. O pessoal não foca em planejar antes de sair fazendo. Eu era assim. Não pensava muito e saía executando. Depois de um tempo tu percebe que se não tiver um plano, um objetivo não vai valer o esforço. Então a TI e GP são áreas que andam bem em conjunto, uma contribui com a outra.

Sobre o mercado de trabalho aceitar jovens das novas gerações. O mercado de Gerenciamento de Projetos está em crescimento. Isso todo mundo já percebeu. E cada vez mais as empresas estão vendo o quanto é importante ter uma pessoa dedicada a isso em todas as áreas. Mas infelizmente eu ouço muito frases assim: “Você é muito nova para liderar, ou para gerenciar projetos”. E muitos colegas ouvem o mesmo. O mercado tem um pouco de preconceito com quem tem menos de 30 anos e está numa posição de liderança, entende? Eu espero e acredito muito que as coisas estão mudando. Já pararam de me olhar atravessado em reuniões por exemplo. Já levei muito “não” na carreira por ter cara de mais nova também. O que digo é não desistam, uma hora ou outra você vai ser reconhecido. Não pode desistir nunca.

 

margareth carneiro

2- Seu currículo é impecável, parabéns! Com anos de experiência no mercado, como você avalia hoje o espaço da mulher no Gerenciamento de Projeto?

Obrigada!  O espaço para a mulher no Gerenciamento de Projetos é bom, trata-se de excelente carreira para as mulheres. As mulheres têm boas características naturais que ajudam na prática da profissão: organização, empatia, saber lidar com pessoas, etc. Mas alcançar postos de liderança dentro do Gerenciamento de Projetos ainda não é tão fácil. Exemplifico.  Nos PMOs das instituições, ainda vemos que os líderes são homens, na grande maioria. Outro exemplo é a composição das diretorias dos Chapters do PMI no Brasil. Neles encontramos a predominância masculina: atualmente, do total, somente por volta de 25% dos diretores são mulheres. Algumas exceções se destacam: Chapter do Rio, SP, Minas Gerais e Goiás, por exemplo. Temos e tivemos também muitas líderes mulheres que merecem o respeito pela dedicação e resultados obtidos, tais como Sulema Gobato, Miriam Machado, Raquel Ximenes, Elizabeth da Silva, Edna Campos, Cristina Serravalle, Kelly Oliveira e outras, que posso estar me esquecendo. Outras profissionais se destacam no cenário nacional de projetos como Fabig (do PMStory) e Maria Angélica (indicadores). Meus sinceros parabéns para elas!  Mesmo assim, vemos, nas palestras dos eventos uma predominância masculina nos programas: 80% a 90% dos palestrantes nos eventos são homens. Claro que não acho que deva ter cotas para mulheres no gerenciamento de projetos (risos), nem acho que os nossos amigos de GP do Brasil estejam, todos, boiocotando as mulheres. Mas vale uma reflexão tanto para os homens quanto para as mulheres: Será que os diretores dos Chapters do sexo masculino estão formando um “clube do bolinha” e privilegiando amigos e colegas de profissão do mesmo sexo? Será que as mulheres estão tímidas e evitando maior exposição e posições de liderança? Vale a reflexão, porque nos EUA, Canadá e outros países a participação de ambos os gêneros já se aproxima a uma distribuição mais igualitária.

 

Marília Balbé

2- Você pode nos citar quais foram ou quais são suas grandes referências na carreira?

Quando eu comecei a focar no gerenciamento de projetos eu tinha uma referência, o Ricardo Vargas. Para mim ele é o cara que mais contribui para a comunidade de gerenciamento de projetos tanto no Brasil com no mundo inteiro. Tanto pelo trabalho que ele executa como pela pessoa maravilhosa que o Ricardo é. Mas no passar do tempo eu conheci muita gente boa na área. Cada evento que eu vou eu conheço um monte de gente que manda muito bem e não está tanto nos holofotes. Quero citar um cara que acho genial que é o mestre Farhad Abdollahyan que é sensacional, o Alexandre Paiva que tem um blog genial sobre gerenciamento de projetos, o Finocchio que é o pai do Canvas que ajuda muito na execução de projetos. Tem também o Mario Trentim que tira dúvidas prontamente sempre que procuro. O que muita gente não sabe é que temos MUITAS referências excelentes na área de gerenciamento de projetos aqui no Brasil. Recomendo muito o pessoal ser voluntário nos capítulos do PMI nos estados, contribui muito para o crescimento. Tem que ler os conteúdos do pessoal envolvido, ir nos eventos, participar. Assim conhece todo esse pessoal e cresce muito na área!

 

margareth carneiro

3- Como você definiria o Gerenciamento de Projetos em sua vida?

Gerenciamento de Projetos é uma paixão! Preenche a minha vida profissional e parte da pessoal. Parte da vida pessoal porque dedico muito tempo como voluntária, gosto de ler livros sobre a área e tento “fazer a cabeça” de jovens sobre a importância da boa gestão de projetos, inclusive para gerenciar a sua carreira e vida pessoal.  A partir do Gerenciamento de Projetos, uso de boas práticas, estudos sucessivos na área,  docência por muitos anos, eu ampliar a visão não só de gestão de projetos, mas gestão de modo geral.   Gestão para mim é o que move o mundo, juro!  E Gerenciamento de Projetos é o que faz a transformação de ideias em realidade. Não se pode desprezar o valor que a gestão tem no mundo moderno. Sempre atuei pregando boas práticas de gestão no Governo, não só porque moro em Brasília e sempre atuei com ou no Setor Público, mas porque considero que a boa gestão do governo é um valor para cada cidadão, que paga os seus impostos e pretende ver o dinheiro sendo utilizado com efetividade, gerando resultados, não só “outputs”, mas também “outcomes”. Me lembro que em 2000 fui fazer uma palestra na Cidade do México (primeiro congresso ibero americano de projetos) sobre a importância do uso de boas práticas no governo e o que o governo pode aprender com a área privada na gestão de projetos.  Fico extremamente frustrada em ver que, até hoje, as boas práticas não são utilizadas com plenitude no setor público, e muito prejuízo, desvios e má gestão seriam evitados se houvesse essa mentalidade de boa gestão, assim como tem a Inglaterra, a Nova Zelândia, e outros países. Nem falo sobre a corrupção, que é um vexame no Brasil, é crime e envergonha o cidadão de bem. Mas, mesmo sem corrupção o Estado ainda não seria muito eficiente. A corrupção é outro capítulo mais complexo que prefiro não discutir aqui, mas também poderia ser reduzida com a transparência que as boas práticas proporcionam.

 

Marília Balbé  

3- Como você definiria o Gerenciamento de Projetos em sua vida?

Eu acho que gerenciar projetos é um estilo de vida, sabe? Você começa a enxergar tudo com outra visão depois que tem um certo conhecimento na área. Você começa a planejar mais suas coisas, olhar de uma forma diferente, começa a priorizar as coisas, fazer com que a execução dê certo. É uma escolha, né? Você começa a ficar meio viciada em controle. rs. E é uma paixão, obviamente. Quando você coloca amor em algo, isso vai dar super certo.

Espero por vocês no próximo sábado.

Aquele abraço!

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