Como disse, preparei-me nos moldes dos projetos que administro. Fui razoavelmente pragmático e cartesiano no planejamento (usei o PMBOK, WBS, GANTT, Curva S, Análise de Riscos, etc). Mas, agora que a jornada acabou (se é que realmente acabou!) revisito o meu plano e vejo o quanto ele foi modificado.
Em primeiro lugar, menciono a questão da definição do escopo do projeto. O que era pretendido ? Chegar à catedral de Santiago de Compostela ou seguir (no meu caso pedalar) o caminho? Na minha opinião, chegar á Santiago, foi só uma conseqüência imediata de peregrinar. Passar pelo caminho, experimentar as sensações, desfrutar do silêncio e da paisagem é que marcou o meu escopo. Se não tivesse chegado à Santiago, teria regressado, apenas isso! Com as lembranças do que vi e vivenciei.
Parece como a vida. Quando um dia escrevi sobre projetos de vida (Revista MundoPM ano 2 – nro 08) tive que admitir que o escopo de um projeto de vida não deveria ser chegar, mas viver! Assim o foi durante o caminho de Santiago. O caminho é como a vida. O importante é seguir caminhando.
Pode parecer meio piegas ou filosófico demais para um público de gente pragmática, assim como eu. Mas que fique registrado que, as vezes, chegar é triste e frustrante (assim como no caminho de Santiago).