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Bicigrino em Santiago: El Cid e Babieca

Por acaso, minha bicicleta, com a qual eu trilhei o Caminho de Santiago, é branca. Não é uma bicicleta hiper-moderna, de fibra de carbono e equipamentos caríssimos. Pelo contrário, é uma bicicleta simples, abaixo dos padrões esportivos típicos, mas, forte e confiável.

Dei a ela o nome de BABIECA. Diz a história que Babieca era o nome do cavalo branco de Dom Rodrigo Dias de Bivar, El Cid Campeador, campeão do Rei de Catilla em sua luta contra os mouros e reconquista da região em favor dos cristãos no século XII. De um valente soldado profissional ele passou a ser considerado o herói que salvou seu país. Seu feitos são descritos em poemas como o Poema “del Cid” e “Cronica Particular del Cid”, os quais descrevem a história do homem e de seu fiel cavalo branco, Babieca, o qual o acompanhou em combate durante 30 anos.

Babieca fora presente de seu padrinho que tinha condições de oferecer ao seu jovem afilhado qualquer um dos melhores cavalos da região. Porém o jovem escolheu um cavalo imaturo e considerado sem um grande futuro. Isto levou o padre a exclamar: “Babieca”, o que significa Estúpido! nome através do qual o cavalo passou a ser conhecido. Babieca era considerado um cavalo de guerra ideal. Era o que hoje é considerado um cavalo da raça Andaluz. Tinha um bom peso para a raça, porém não media mais do que 1,52m. Ele respondia prontamente aos comandos de seu dono, era ágil e muito corajoso.

Os restos de El Cid e de sua esposa amada Dona Ximena, estão enterrados na base da nave central da enorme catedral de Burgos, conferindo a importância do herói para aquele povo.

Há quem diga, ainda que a história de El Cid e Babieca se confundem com a lenda de Santiago MataMouros, o santo guerreiro que cavalgou montado em um cavalo branco ao lado dos cristãos na difícil batalha de Clavijo, importante marco da reconquista.

Muito bem! Imaginem agora um peregrino (eu) montado em uma bicicleta branca, pintada com o nome de Babieca, cruzando as terras Del Cid a caminho de Santiago. Trata-se de uma das lembranças impagáveis de minha jornada ter sido recebido com alguns graus a mais de intimidade pelos habitantes dos povoados por onde passava, simplesmente porque estava montado na Babieca. Diversas vezes coloquei-me a contar e a ouvir as histórias Del Cid e de sua Babieca durante os encontros noturnos nos albergues. Rendeu-me mais amigos, mais proximidade com os demais e (…) um café com madalenas num bar de um pueblo de Belorado, que me foi oferecido em homenagem à minha Babieca.

Babieca em Burgos

Babieca em Burgos

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